Mittwoch, April 26, 2006

25 de ABRIL

O 25 de Abril, foi um momento histórico e único, daqueles que apenas se vivem uma vez na vida. (não fora o meu caso, nem das colheitas seguintes)
De um momento para o outro, e durante escassas semanas, os portugueses sentiram-se libertos de todas as preocupações, de todas as responsabilidades e de todos os problemas.
De um dia para o outro tudo parecia ser possível, todas as liberdades podiam ser conquistadas, todas as peias podiam ser derrubadas, enfim todos os sonhos pareciam possíveis.
Mas, a festa, como todas as festas, não podia durar sempre.
Rapidamente muitos começaram a perceber que eram eles que iam ter de pagar o pagode dos outros.
O milhão de portugueses espalhados pelas colónias.
Os empresários escorraçados e espoliados, na maioria das vezes injusta e desapiedadamente, do que era seu.
Os que se opunham á degradação, de todas as formas de hierarquia e autoridade.
Os que conseguiam ver com clareza e coragem subtil, e por vezes pouco subtil, estratégia de conquista de poder pelos partidários de uma nova ditadura. Os que conseguiram distinguir claramente entre o 25 de Abril e o 26 de Abril. Em 1974 Portugal era um país onde os jornais apenas podiam publicar noticias que não desagradavam ao Governo.
Onde as pessoas pensavam, diziam e faziam era controlado, vigiado e reprimido pela polícia.
Um país onde as mulheres precisavam de autorização do marido para obter passaporte. Um pais onde se morria de fome e miséria. (se bem que hoje…)
Um país que esgotava os seus recursos numa guerra colonial sem esperança e sem futuro. Um país isolado internacionalmente, sem apoios nem perspectivas, etc. etc.….
Enfim um país engravatado e triste, onde a única condição de sobrevivência era o respeitinho.
Um país fora de tempo.
Ontem muitos se questionavam por causa do Presidente da Republica não ter usado o “celebre” cravo, isso são questões desfocadas.
No 25 de Abril celebra-se o derrube do 24, não o alvorecer do 26.
O que se celebra a 25 de Abril é o derrube da ditadura por um punhado de militares corajosos a quem devemos, independentemente do que se seguiu, homenagem e gratidão e não a chinfrineira do 26.
24 de Abril, NUNCA.
26 de Abril, se todos nós quisermos.
25 de Abril, SEMPRE.
FASCISMO, NUNCA MAIS.

2 Kommentare:

Concha Pelayo/ AICA (de la Asociación Internacional de Críticos de Arte) hat gesagt…

Es hermoso que una persona de tu edad, que apenas tenía un año, y que tengas esa conciencia de lo que ocurrió en tu país.

Si todos los portugueses son como tú, la libertad está garantizada.

Gracias por visitar mis blogs. Saludos.

Choninha hat gesagt…

Sempre.