Sonntag, Mai 28, 2006

ATÉ QUANDO?

Passaram agora três anos sobre a intervenção militar no Iraque, liderada pelos Estados Unidos.
Num rápido balanço dos resultados, constata-se que Saddam Hussein foi derrubado e que se esboça no país, pelo menos em teoria, um regime democrático.
Mas, constata-se também e é isso que infelizmente, mais se destaca, que morreram milhares de pessoas, numa arrepiante cadencia praticamente diária que não dá mostras de diminuir.
E o que é mais estranho é que são os Iraquianos, na sua maioria civis inocentes, as principais vítimas da violência que se espalha pelo país.
Embora recentemente, se tenha reacendido, de forma sangrenta a velha luta intestina entre sunitas e xiitas, é sobretudo o terrorismo a ditar a sua lei.
Sempre injustificado por natureza, mas neste caso, inexplicável.
Iraquianos, matar Iraquianos, porquê?
E para quê?
Responder-se-á que o objectivo é criar terror e instabilidade.
Mas se assim é, não se entende a vantagem imediata, ou a prazo tiram os Iraquianos desse caos, se já se percebeu que não é por aí que passa uma retirada das tropas estrangeiras, alegadamente, a meta pretendida.
Certo é que três anos depois, o povo Iraquiano continua a ser vítima da opressão. Não de um brutal ditador, como era Saddam, mas da brutalidade de quem o utiliza como pretexto para justificar e prosseguir uma luta sem lógica e sem razão, que se estende muito para além das fronteiras do Iraque.
E o pior o mais preocupante, é que a consciência internacional parece ter sido invadida por uma onda de indiferença.
Ou, o que é ainda mais grave, parece ter-se convencido da sua impotência perante a tragédia, ou terão todos medo do Bush.

Se assim é, até quando??

Montag, Mai 22, 2006

PROCRIAÇÃO MEDICAMENTE ASSISTIDA

Muito se tém falado da procriação medicamente assistida.
Isto é, de técnicas que a ciência oferece para ajudar a ter filhos quem sofre de infertilidade.
Mas, no meio de tantas notícias, foram escassos os ecos do colóquio realizado na Assembleia da Republica sobre esta matéria.
Está em preparação uma lei sobre a procriação medicamente assistida.
Lei, decreto indispensável, pois o presente vazio legal não pode prolongar-se indefinidamente.
Mas são vários, complexos e delicados os problemas éticos que o tema levanta. Desde a instrumentalização de embriões humanos até á possibilidade de uma criança ter um pai biológico desconhecido.
Por isso, qualquer lei deverá ser precedida de um esclarecimento á generalidade das pessoas.
Não se compreende a aparente urgência de alguns.
Uma lei com tão graves implicações não pode ser feita á pressa, tampouco á revelia do povo, quase clandestinamente,
Há que pensar e há que discutir.
É uma questão de cidadania.
Só assim será possível o indispensável debate sério em torno dos limites morais da reprodução medicamente assistida.
A ciência é fundamental, mas tem limites que a própria dignidade humana impõem.
Talvez não fosse melhor, antes da discussão deste tema, desburocratizar a questão da adopção????

Sonntag, Mai 21, 2006

COMUNICAÇÃO SOCIAL

Comemorou-se este mês o dia mundial da liberdade de imprensa.
É uma celebração que não tendo um significado iminente, teve pelo menos o mérito de chamar a atenção para uma questão que nos últimos tempos tem merecido particular relevo na sociedade.
Ultimamente a comunicação social tem vindo a denunciar uma série de situações perversas, umas vezes com algum excesso, a maioria porém, limitando-se a clamar que o rei vai nu.
Na verdade, os últimos tempos têem sido marcados por uma sucessão de situações criadas por indivíduos bem instalados no poder, no sistema, pessoas que permitem comportamentos desonrantes que a moral reprova.
É então que a comunicação social cumpre a sua obrigação, ao denunciar os excessos ou, falcatruas que tomam conhecimento.
(o caso envelope 9, é disso exemplo.)
Como consequência imediata do mal-estar gerado, chegam então a registar-se tentativas conducentes á adopção de medidas que apontam no sentido da limitação da plena liberdade de informar, expressar.
Daqui se induz que se outro mérito não teve a comemoração do dia mundial da liberdade da imprensa, pelo menos que ele sirva de alerta a quem vai povoando as paginas de letras em favor da tão badalada Democracia.
Em Portugal, não existe liberdade de expressão,
mas antes, liberdade de expressão condicionada…..

Freitag, Mai 12, 2006

INCENDIOS

Quando o calor se faz convidado, aproxima-se a época de incêndios.
Os Ministros da Administração Interna, mais parecem papagaios a imitarem os seus antecessores, parece genético.
Falam em dispositivos, articulação de meios, helitransportados e combate mais eficaz.
Desde a limpeza das matas, desobstrução de acessos ao interior das florestas, etc…. é que ninguém fala!
Mais grave ainda, ninguém faz!
Os ministros mais criativos, ainda se esforçam para encontrarem palavras novas, ou, expressões sonantes, mas, tudo isso são formas de mascarar o discurso, como na estátua do Eça, a nudez forte da verdade.
Para os políticos é difícil imaginar qualquer coisa simples!
Todos se recordam dos equipamentos “xpto” para equipar os C-130 da Força Aérea, hoje a apodrecer na base do Montijo.
António Costa, prometeu que os incêndios vão começar a ser combatidos menos de 15 minutos depois de soar o alerta.
Mas, de que serve começar a atacar as chamas em tempo recorde, quando estas avançam por caminhos sem acesso aos Bombeiros, tampouco ás viaturas?
É certo que existem meios aéreos, mas só os mais amnésicos e cépticos é que acreditam que a salvação vem dos céus.
A garantia que temos, é que se vai arder menos este ano, é de facto porque existem menos arvores á disposição do fogo, ou seja, já arderam.
O resto é conversa.