Donnerstag, April 16, 2009

O PARADIGMA

O relativismo está mesmo a dar cabo da Europa, da política
aos valores. O "status quo" é o que mais interessa aos líderes
europeus, mas não aos seus cidadãos.Não é normal o
acolhimento que foi dado a Barack Obama na sua viagem
à Europa. A multidão que, em Praga, ouviu o discurso do
Presidente norte-americano, ou as salas repletas de jornalistas
transformados em fãs, em Londres e Estrasburgo, levam-nos a
perguntar: o porquê de tanto entusiasmo à volta de um político
que é presidente de outro país que nem sempre tem interesses
coincidentes com os nossos?
É estranho que tal fenómeno pareça
normal a toda a gente. É o primeiro sinal da apatia e falta de
esperança com que há muitos anos se vive neste velho continente,
e nos EUA, onde a eleição de Barack Obama é a imagem de um povo
desesperado á espera de algo.Não é por acaso que velhos líderes
como Mário Soares se indignam com o facto de a Europa, da
esquerda à direita, não discutir sequer o facto de reeleger para
Presidente da Comissão o ex-liberal Durão Barroso.

Mittwoch, April 08, 2009

CAVACO SILVA

Na actual conjuntura politica ninguém espera que
o Presidente da Republica seja apenas uma figura
decorativa do regime, que se limita a dar conselhos
de bom senso, com a desculpa de que não tem poderes
para mais. Para que nos serve um Presidente da
Republica num regime semi-presidencialista como o nosso?
A pergunta faz cada vez mais sentido, à medida que os
acontecimentos nos vão tornando descrentes das
instituições em que é suposto confiarem como garantes
da saúde do regime democrático.
Ao mais alto magistrado da nação exige-se que exerça as
suas funções com zelo e imaginação, para saber interpretar
os seus poderes de modo a que eles sejam úteis, como de
resto, fizeram os vários presidentes do regime democrático.
E não andar a fazer perseguições inúteis e desajustadas
como aquelas que tem feito ao governo.
Numa altura em que falha o entendimento institucional
entre partidos, em que a crise económica ameaça deixar o
país num estado lastimável e quando os principais
responsáveis da nossa justiça dão um triste espectáculo
ao país, deixando em todos a sensação de que a
independência da justiça é uma farsa, todos lamentam o
silêncio e a inoperância presidencial.
Mas, que esperar de Cavaco Silva?
Durante o legado de dez anos de Cavaco Silva, o chamado
“pai do betão” Portugal andou, sistematicamente,
para trás, o que provocou marcas no tecido social português.
Marcou a sua posição e ponto final.
Durante dez anos de legado entre 1885 e 1995, foram
anos bastante facilitados pela injecção de capital
jorrando pelas fronteiras adentro, o que fez com que
Cavaco Silva vivesse em estado de sítio. Cavaco Silva
foi mentor dum modelo económico agressivo de monetarismo
liberal com cariz demente.
Numa década conseguiu destruir o elo de confiança que ligava
o povo aos seus governantes, impondo políticas de
laboratório, tornando os portugueses em cobaias, lançando
cientistas sociais do calibre de Manuela Ferreira Leite,
a única Ministra da Educação a conseguir juntar dez mil
estudantes na Avenida 5 de Outubro a gritarem “PUTA” em
frente ao seu ministério.
Ele que fora o mentor do pagamento por conta, que é um
roubo institucional sobre rendimentos especulativos que
poderiam ou não, provir no futuro. A gestão partidária
de Cavaco Silva fora desastrosa, pois conseguiu quebrar
quase por completo a credibilidade do seu partido.

Alguém deve, urgentemente, explicar ao sr. Cavaco que
nem só de Estatuto dos Açores vive o país.