Mittwoch, Juli 26, 2006

MÉDIO ORIENTE

O Médio Oriente está, outra vez, a ferro e fogo.
Não é surpreendente, mas reitera a certeza de que a paz na região continua a não passar de um sonho – um sonho que muitos querem ver realidade e uns tantos, poucos, teimam em perpetuar.
É, escusado seria dizê-lo, o resultado de tensões e ódios acumulados que o fanatismo político e religioso gera, à revelia do direito e da justiça, à margem do mais elementar respeito pela vida humana.
A razão anula-se no terçar das razões e das armas – e o que fica é um rasto de destruição inexplicável de vidas e bens, que o mundo olha com aquela preocupação meio abúlica que a distância e o hábito mitigam.
E a diplomacia, a única solução real para o conflito, essa vai-se enredando em reuniões, palavras e discursos, incapazes, só por si, de convencer a largar as armas e a dialogar quem faz das armas os seus argumentos e da violência a sua linguagem.
De um lado e do outro, as vítimas aumentam de dia para dia, como sempre a maioria delas inocentes.
E já há mais de meio milhão de pessoas deslocadas das suas terras e casas.
Não se sabe quando as armas se vão calar.
Pode ser agora, pode demorar dias.
Mas cada hora de guerra que passa é uma machadada no futuro da região e – não se duvide – do mundo.
Ou não fosse a paz um valor universal.

Samstag, Juli 22, 2006

CONTRA A POBREZA

A pobreza é um flagelo contra o qual a humanidade tem de lutar sem parar.
Frases destas podem parecer banais.
Mas a pobreza é um escândalo num mundo onde já existem recursos suficientes para tirar toda a gente da miséria.
Ora, nem nos países mais ricos do mundo a extrema pobreza foi erradicada.
Eis uma terrível interpelação à consciência do poder político.
Depois do colapso do comunismo ter levado muita gente a desistir de mudar o mundo, a esperança e o sentido de responsabilidade por parte da sociedade não podem aceitar a resignação ao intolerável.
Acabar com a pobreza não é fácil.
Mas é um imperativo.
Sobretudo em Portugal, o país da União Europeia,
com maior desigualdade entre ricos e pobres.

Mittwoch, Juli 19, 2006

VATICANO

O “nazista” Bento XVI decidiu abrir “todos” os arquivos do Vaticano entre 1922 e 1939 a partir de 18 de Setembro.
Os estudiosos e historiadores passarão a ter acesso a documentos que “poderão ajudar a esclarecer” o que a Igreja Católica sabia e o que (não) fez em relação ao advento do social-nazismo, na Alemanha.
Em causa estão os arquivos secretos e os registos de Estado do Pontificado do papa Pio XI, o papa de Hitler.
Há muito que os historiadores vêem a pressionar o Vaticano para que os arquivos da altura fossem abertos, de modo a que as dividas fossem esclarecidas tais como se o Vaticano sabia (ou não) sobre o massacre dos judeus na Europa.
O papa Pio VII, eleito em Fevereiro de 1939, é acusado de ter omitido o holocausto. O que os historiadores não irão encontrar é explicação para o facto da Igreja/Vaticano terem omitido o holocausto.
Tampouco irão encontrar documentos sobre o tratado com a Alemanha nazista em 1933, tratado esse que fora coordenado pelo então secretario de estado do Vaticano Pio VII, durante o papado de Pio VI.
A herança desse acordo que dura até hoje, que é o Kirchensteuer, taxa da Igreja, taxa essa que é deduzida automaticamente nos salários do povo alemão e que vale tanto para católicos, como para protestantes.
(a menos que renunciem á religião)
Em 1978 o faturamento dessa taxa chegou a um bilhão e novecentos milhões de dólares.
A posição de Pio VII sobre as “guerras justas” foi comunicada aos cleros de França e Alemanha de uma forma que os autorizou a declarar aos oposicionistas que tinham a bênção da Igreja.
Mas esta abertura aos arquivos por parte do Vaticano é sem duvida um passo importante.
Mas, será que os historiadores terão acesso a todos?
Não creio, porque isso seria uma derrocada para o mundo católico.
Ao longo dos tempos o Vaticano sempre se moldou e moldará em tornos dos interesses monetários, essa é a religião do Vaticano.