Montag, Mai 09, 2005

25 de ABRIL

O objectivo fundamental do 25 de Abril, não foi exactamente, montar, no terreiro do paço, perante uma Lisboa rubra de entusiasmo, um tribunal “en rond”. O objectivo fundamental do 25 de Abril foi recomeçar a história de Portugal. O 25 de Abril não foi uma carreira de tiro.
O 25 de Abril foi o repovoamento da Forças Armadas.
Ou seja o repovoamento da nossa historia.
Acontece é que, para o 25 de Abril manter a clareza, da sua dinâmica, importa que a politica seja feita, por políticos, empenhados, responsáveis, com visão de futuro que ponham os interesses do Pais em primeiro lugar e não os seus como vem acontecendo.
Isto é, o tomar, da cor vigente, a cor.
Por calculo. Ou por instinto.
Por manobra. Ou por tique sociológico.
Para quem nasceu há menos de trinta anos, o 25 de Abril de 1974, é apenas um episódio, da história recente de Portugal.
A maior herança do 25 de Abril para mim, foi a liberdade.
Mas a liberdade também se aprende, demora tempo.
Mais de trinta anos depois, os portugueses continuam a sentir-se pouco livres. Há um constrangimento na mentalidade nacional, um medo instituído em muitas pessoas de não dizerem o que pensam, quase como se fosse genético. Os portugueses dizem mais vezes que talvez do que sim e receiam estupidamente usar a palavra não.
Dizem pelas costas o que não conseguem dizer na cara.
E na dúvida, não dizem nada.
Preferem a hipocrisia ao confronto e meias palavras á sinceridade.
A frontalidade também é um hábito, ou se treina desde muito novo, ou dificilmente se adquire. Mas também pode ser um traço de carácter que nasce connosco e sobrevive a qualquer tipo de opressão.
Mesmo assim, o acto consciente, ou inconsciente de se dizer o que se pensa, é ainda visto como um exotismo, uma peculiaridade, uma excentricidade.

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